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Gays e bissexuais são mais expostos ao suicídio
[04 Março 08h47min 2005]
Os homens gays e bissexuais estão mais expostos a cometer uma tentativa de suicídio que os heterossexuais, segundo os resultados de um estudo epidemiológico realizado na França entre 1998 e 2003 publicados nesta sexta-feira.
As possibilidades de tentar terminar com sua vida são treze vezes maiores para os homossexuais e bissexuais que para o restante da população de sua mesma idade e condição social, indicam os dados preliminares divulgados pelo jornal Libération.
O relatório revela além disso que um de cada três indivíduos que comete uma tentativa de suicídio é homossexual ou bissexual.
Além disso, os gays e bissexuais com antecedentes de tentativas de suicídio mal se protegem nas relações sexuais com parceiros desconhecidos.
A tendência ao suicídio neste setor da população não está vinculada a fatores geográficos, sócio-profissionais ou ao fato de viverem sós ou em família, mas a fatores psicosociaies, como "a homofobia que provoca uma péssima estima pessoal", segundo Marc Shelly, médico de saúde pública do Hospital Fernad-Vidal de Paris e um dos autores.
Nos casos de suicídio, segunda causa de mortalidade na França depois dos acidentes de trânsito entre os 15 e os 34 anos, é necessário que psiquiatras atualizem seus procedimentos.
Efetuado sobre 933 homens de 16 a 39 anos, o relatório foi elaborado por pesquisadores independentes franceses sob a supervisão do Instituto Nacional da Saúde e da Investigação Médica (INSERM).
Os poderes públicos devem "acabar com sua apatia ante a amplitude do suicídio de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais", assegura no jornal o porta-voz de federação francesa de centros de gays e lésbicas (CGL), David Auerbach, para quem "o relatório confirma o que vivemos a cada dia".
"Se extrapolarmos os resultados, podemos considerar que a metade dos jovens suicidas são homossexuais ou questionam sua orientação sexual", acrescenta, ao destacar que "o suicídio não está vinculado à homossexualidade, mas à homofobia e é preciso fazer campanhas de prevenção".
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